Dubrovnik 31-07 a 4-08
Viemos a Dubrovnik de busao, 10h de Zagreb, a 220 kunas. Sete kunas
vale 1 euro. O onibus nao era ruim, nem tampouco bom. poltrona
desconfortavel, mas as partes que viajamos nas estradas do litoral
valeram o sacrificio. Um pedaco de uns 20km foi percorrido na Bosnia,
motivo pelo qual passamos pelo controle polcial e tivemos de
apresentar passaportes. Chegamos era ainda dia e fomos direto pro
centro historico, no meio das muralhas, lotado de turistas. Dubrovnik
eh talvez a cidade mais turistica da Croacia, combinando as belezas do
litoral e arquitetura historica medieval.
No centro historico encotramos alguns amigos da Emina, que coordena um
projeto que reune diversas iniciativas culturais da Croacia. Ela tem
29, mora sozinha no centro, num ap antigo, a 200 euros. Viajamos com
mais duas amigas dela, a Lina e Anja (fala-se ania), que acabaram ha
pouco a performance audiovisual do festival. Dois laps, um projetor, 3
mics, telao e speakers garantiram o som e imagens mixadas. Nada demais
para as 30 pessoas q assistiam. A primeira noite foi bem mais animada,
tinha muito mais gente, e me empolguei tanto q tomei um mega porre de
tequila, lamentavel, porque acabei acidentado nas pedras da praia
querendo nadar as 7h da manha. Caih, cortei o dedao esquerdo, bati
cotovelo e canela e de quebra quase quebro a cabeca na pedra. Grave.
Nao senti nada, claro, mas devo ficar com uma lembrancinha na testa do
corte quase profundo. Essa vale a maxima do nunca mais eu vou beber…
Vim pracah pensando em conhecer algumas pessoas, especialmente
Marcells, que estivera no Rio durante o Isummit, amigo pessoal da
Emina. Ele eh um dos que vai ajudar a organizar o proximo isummit aqui
em Durbovnik, em jun de 2007. Na apresentacao que fez ontem enfatizou,
sob uma perspectiva bastante interessante, as conexoes entre direitos
humanos fundamentais e cultura livre, exibindo videos de seu lap top,
segundo ele todos disponiveis em www.egoboobits.net, producoes da
croacia e da inglaterra basicamente, mas narrando situacoes da india,
brasil, eua e africa. Do Brasil aproveitou-se a campanha promovida faz
jah uns anos, quando o serra ainda era sinistro da saude de fhc, de
combate a aids e acesso aos coqueteis. da india a problematica da agua
e acoes diretas contra o uso do recurso social para fazer os
refrigerantes da coca cola e pepsi. e dos eua apareceu a questao dos
alimentos organicos, tema tb abordado por um filme croata excelente,
curtinha de 9′, que mostra a feira de zagreb e a narrativa das
mulheres vendedoras. Marcells conta em sua palestra, de mais ou menos
20′, a mudanca ocorrida no acesso aas musicas e videos digitais, que
colocam 90% dos usuarios soba a condicao de criminosos, por conta de
formatos e licencas proprietarias de bens culturais. Na conversa
pessoal que tivemos entendi um pouco mais sobre a minha propria
angustia quando cheguei na europa. O primeiro workshop que realizamos,
com presenca dos brasuca otavio savietto e chgp, em Farkadona (eh o
primeiro link do google!), de 1 a 18 de junho, observei grupos de
jovens que entendiam e usavam a internet, mas reclamavam que seus
psonhos permaneciam em aspectos materias basicos, como boas casas,
bons empregos, bons celulares e carros. Alias, carros otimos vimos em
farkadona, alem de todos com seus proprios celulares desde muito
jovens. Marcells diz que o problema (taih talvez a palavra mais
internacional que exista) eh a tentativa de transpor as solucoes
digitais para o mundo material, onde a generosidade para com
propriedades imateriais abundantes nao resolve a escassez de bens
materiais de dificil acesso, base dos valores das sociedades liberais
individualistas competitivas. E isso vale tambem para as experiencias
do socialismo real, baseadas tb num materialismo chamado historico de
transformacao e coletivizacao da propriedade.
Meu busao pra rijeka sai as 6h30. Como dormi o dia todo, repousando tb
a perna detonada da queda nas pedras, continuo a narrativa rumo a
instria novamente, agora 3h20 da matina, silencio absoluto na casa
onde estamos hospedados, beira do porto e pertinho da rodoviaria, pra
participar de outro festival de midiativismo, na fronteira entre
italia, slovenia e croacia. pelo que entendi, eh mais voltada pra
video, e nao posso me esquecer de comprar dvds e cds pra conseguir
agilizar umas copias se o pessoal for minimamente generoso. Espero
encontrar ainda amanha ricardo ruiz e tati wells, de giro nas europa,
agilizado varios contatos e preparando o submidialogia 2 em recife,
terra do machado e da lu rabelo. sodade. Devem chegar a Labin amanha
mesmo, e encontrar o Kruno, que esteve no Brasil faz uns meses, foi a
Muda, a Recife e jah conhecia o Chico Caminati de outros carnavais,
quando o chico andava por estas bandas.