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sab, 09/07/2011 - 02:33

Para Calar

Coloco o fone, abro abas, penso no que vou ouvir... Vejo o hootsuite, o último post do reacesso. Procuro pelo Tempos Vindouros no SoundCloud. Acho e começo a ouvir. Ao mesmo tempo vou escrevendo isto aqui, colocanco os links. E surge um "quote" de Izidro: "Mil bichos suspensos no ar esperando canções". Chega a ser profético, no momento em que tudo isto aqui é um ritual de despedida. Vou calar. Mas para calar primeiro vou falar. 

Fecho abas, abro outra, o famoso Gmail. Tem outro "quote" de Izidro que que encaixa direitinho: "medo, angústia e solidão". Inevitável ter que parar e responder algum e-mail. Mas neste caso nem tenho do que reclamar. Todas as listas estão fora da minha caixa de entrada e eu simplesmente não as vinha olhando mais. Voltarei. 

Enquanto lavava um pouquinho  de louça,  fritava a carne-de-sol e pensava neste post o pensamento que me vinha à cabeça era de dizer logo de cara:"tenho cada vez menos certeza de que falar é fácil e calar é fatal". É algo mais ou menos assim né? A máxima que vi pela primeira vez lá no Marketing Hacker, mas que não vou conferir agora.

Sou interrompido na escrita. Aproveito para beliscar a carne-de-sol. Desculpem-me meus amigos vegans, mas ainda não consegui chegar lá. Ainda não consegui chegar em um monte de lugares, mas, como eu mesmo aprendi a dizer por aí, o que importa é o caminho. Caminho tortuoso esse.

A Internet sempre foi solução e problema aqui em casa. Prazer e desprazer. Alegria e tristeza. Essas dualidades inseparáveis, contínuos em que uma ponta se apresenta mais do que outra em determinadas horas. Por isso vou calar: "O caos tá dentro de mim".

Nestes tempos de convivência metarecileira ví algumas pessoas calarem. Dá um vazio repentino, uma sensação ruim. Depois outras vozes continuam conversas e aquelas pessoas ficam em boas lembranças, aparecendo aqui e acolá e dando o ar da graça. O carinho sempre revive, ressurge, a vontade de estar junto de rever, de saber, de...

Vou terminar a cerveja terminando o post. É importante que ele seja aqui, na metareciclagem, e não em outro lugar.Procuro a imagem que deixo aqui. Acho esta, no mesmo processo de todas as imagens que utilizo e não são minhas. Busca no google ou no flickr com algum termo chave por aquelas que tem licença de reuso. Esta é  o primeiro resultado com a palavra chave "calar" e este critério de licença no Google.

Tá vendo, tem um adestramento ai. Um adestramento que tanto busquei, que tanto quis, que me é útil, mas ao mesmo tempo nocivo. Tô cansado, mas Gaspar e Dori chegam aqui e me animam com seus olhares, tocares, espíritos de sua benevolência. Algo de muito bom está presente quando eles estão por perto. Mas acho que isto é impossível de descrever, as palavras não vão dar conta. Aliás, ouvi um tempo atrás que a Donna Haraway tava estudando algo assim. 

E na busca por um link para Donna Haraway acabo chegando a um conjunto de vídeos com uma de suas palestras. Começando com este. Dado o avançado da hora, vou me dar ao prazer de parar esta escrita por aqui e assistir Haraway. Inicialmente pensei em falar muito mais. Falar sobre o momento atual e as angústias do netnografando e principalmente tentar falar sobre essa coisa da "facilidade" no falar (isto não existe) e do não dever "calar". Mas vou fechar mesmo este post por aqui terminando de ouvir a  última faixa do novo trabalho do Izidro e partindo para calar por enquanto. Até breve.

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