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qui, 27/12/2012 - 13:15

Eu ainda sou diferente

Crosspostado em:

  • eueaminhaneguinha.blogspot.com.br;
  • eupensoeescrevo.blogspot.com.br;
  • rede.metareciclagem.org/blogs/Iuri-Guilherme

com o título "Eu ainda sou diferente". Este texto fala sobre sinceridade e sobre como ninguém sabe nada sobre sinceridade.

 

Licença: utilize este texto SEM citar o autor original, SEM referenciar o autor original, SEM citar as fontes, SEM referenciar as fontes originais. Se for necessário, assuma a autoria e altere as fontes originais. Se não for possível respeitar estes termos, não utilize o texto.

 


Chegou à minha atenção que a postagem mais acessada do blog seria esta: http://eueaminhaneguinha.blogspot.com.br/2010/06/saudades.html

Tudo bem então, vamos a uma análise.

O que a postagem diz é que eu tenho um sentimento sincero, e algumas pessoas afirmam que o sentimento não pode ser sincero porque é uma criação que pode ser destruída. Daí a necessidade de introduzir a afirmação "EU SOU diferente", para declarar explicitamente que a expressão que diz que o sentimento é sincero não se trata de uma afirmação que precisa ser comprovada ou algo que depende de alguém (eu mesmo, no caso) acreditar.

Seguindo a análise,

após todas as tentativas possíveis de destruir o sentimento, apagar, negar, utilizando todas as ferramentas que me foram fornecidas, aceitando todas as sugestões e utilizando tudo o que eu pude produzir, o sentimento continua.

Se o sentimento continua parecendo real, mesmo com todos esforços possíveis para comprovar a inexistência dele, então o sentimento continua sendo sincero e não se trata de alguma criação que pode ser destruída. Se todos me dizem que se trata de uma criação que pode ser destruída, e não há uma pessoa sequer capaz de me olhar e admitir minha sinceridade quando eu digo que o sentimento é real, bom, então, Eu Sou diferente.

Existe a possibilidade de eu estar errado e todo mundo certo, o que a psiquiatria já se ocupou em "provar empiricamente", tenho atestados de psicose anti social, transtornos mentais e outras doenças mentais.

Tudo bem então, nas condições que se apresentam então eu sou o louco que acha que é sincero e não o sincero que acha que todo mundo é louco.

De qualquer forma isto determina que eu continue sendo diferente.

Não é o caso que eu estou dizendo que eu seja superior ao erro. Eu não tenho capacidade mental e intelectual para compreender as noções e presunções que fazem uma pessoa admitir a existência de conceitos que determinam que alguém é superior ou inferior. Isto para mim não faz nenhum tipo de sentido. Eu não tenho recursos para entender como é que alguém consegue se considerar superior ou inferior. Para mim trata-se simplesmente de conceitos fantasiosos que não sobrevivem a observações sinceras e honestas da realidade.

Sim, estou dizendo que qualquer umx que disser que existem pessoas superiores e inferiores está com os olhos fechados e é incapaz de perceber o absurdo que é este pensamento. Se estivéssemos em um mundo de olhos abertos, termos como superior e inferior nunca poderiam ser aplicados a pessoas, e outros termos como por exemplo, mas não limitados a "preconceito, racismo, machismo, feminismo" não fariam nenhum tipo de sentido. Em um mundo onde a totalidade das pessoas enxerga isto como utopia, em vez de algo que é óbvio, bom, então eu sou um esquizofrênico, um autista, um disléxico e mentalmente incapaz de compreender o ambiente que me cerca.

A minha lei é a seguinte: "A utopia está nos olhos de quem vê". Todas as disposições em contrário eu encaro como um ser humano encara um manuscrito redigido por um chimpanzé, e qualquer argumento em desfavor disto para mim são os argumentos do medo e do ego, que do meu ponto de vista parecem ser vitais para todo mundo, sem exceção.

Vou usar uma frase de Raul Seixas:

"Tente me ensinar das suas coisas (...) mas se não puder cale essa boca e deixa eu viver minha loucura"

Sofrimento por sofrimento, prefiro valorizar como tesouro a minha sinceridade e a minha honestidade, porque tenho a impressão de que estes valores eu não poso enlatar vender em cápsulas para as pessoas. Estes valores ninguém é capaz de matar em mim, estes valores eu não tenho como comprovar, demonstrar, mensurar, convencer, fazer acreditar.

Eu simplesmente sou honesto, sou sincero, tenho o conhecimento direto e auto verificável sobre honestidade e sinceridade, sou autoridade irrevogável da minha sinceridade e da minha honestidade, posso determinar em cada pessoa quem é honestx e quem não é, quem é sincerx e quem não é, quem entende sobre sinceridade, quem é sincerx sem entender a sinceridade, quem é honestx sem entender a honestidade, porque entender, compreender e ser são coisas distintas.

Eu também não tenho como comprovar em palavras a minha autoridade, e não estou pedindo para ninguém acreditar nisto, porque se fosse algo que dependesse de alguém acreditar então não seria honestidade tampouco sinceridade. Estou apenas demonstrando coragem e apresentando um paradoxo contraditório que é uma expressão sincera. Isto não é a minha teoria, meu ensinamento, minha crença. Não depende de ninguém aceitar, não depende de afirmação. Chegou à minha atenção que alguém gostaria que eu compartilhasse isto e aqui está. Não escrevo isto porque eu quero. Não tomei a decisão de escrever. Prefiro ficar quieto e aproveitar minha sinceridade e minha honestidade só para mim. Mas veio à minha atenção de que viver sozinho não faz sentido.

Na insistência que as pessoas têm em dizer que eu continuo afirmando que eu tenho algum tipo de superioridade, vou providenciar uma frase nova: Tenho consciência plena de que expressar estas coisas me torna errado automaticamente. Tudo bem então, eu estou errado. Agora o que meu ego quer é estar errado então, e agora só é superior quem está errado. E isto está certo.

O que eu quero dizer com esta última frase é que é ridículo ficar tentando implantar no meu discurso que eu acredito que existem pessoas certas e erradas, superiores e inferiores, e que eu tenho que me classificar nestes padrões. Eu estou SEMPRE dizendo que todas estas coisas não fazem nenhum tipo de sentido para mim, e eu só falo sobre isto porque não há uma pessoa sequer capaz de me ouvir dizer a frase simples "eu sou sincero" e aceitar isto como suficiente e auto verificável. Eu vivo em um mundo onde não há uma pessoa sequer com a CAPACIDADE de aceitar a honestidade da forma pura e simples. Daí a necessidade de mistificar o processo e explicar as coisas da forma mais complexa possível.

O que me torna um esquizofrênico completo. Alguém sem nenhum tipo de recurso para demonstrar honestidade porque não tem ninguém com algum recurso para identificar e aceitar a honestidade.

Mas eu vejo além do ego e do medo. Eu vejo claramente o que os seres humanos mostram. Eu vejo a verdade estampada nos olhos e no coração dos seres humanos, e quando eu digo que todo mundo é lixo estou falando desta imundícia que ficam tentando vender para mim como se fosse o ser humano real.

Eu vejo claramente o ser humano real dando e recebendo sinceridade. O que eu não respeito e desvalorizo como a coisa insignificante que isto é, são as pessoas que acreditam que estão sendo sinceras quando são incapazes de produzir algo sincero, que é o caso de todo mundo que se identifica com o seu "avatar", e vive seu personagem como se fosse real. Que é o caso de todo mundo que não consegue calar a boca e admitir sua insignificância. Que é o caso de todo mundo.

Não estou dizendo que o personagem "Iuri Guilherme" é de alguma forma diferente. Estou dizendo que tenho tanto desprezo pelo meu próprio personagem, que sou incapaz de não desprezar todos os outros. E por consequência disto, esta nuvem que embaça a visão de todo mundo, sem exceção, inclusive a do meu personagem, ou a dos meus personagens, é transparente para mim. Vejo todo este texto que escrevo como uma tentativa frustrada do meu personagem de satisfazer o seu ego e ganhar atenção. Rio em silêncio de todo mundo que lê estas estultícias e leva a sério.

A única coisa séria é calar a boca, ficar quietx, não dizer nada e observar o óbvio, sem nenhum tipo de interpretação, sem nenhum tipo de consideração, sem nenhum tipo de ponto de partida, sem nenhum tipo de filosofia, sem nenhum tipo de burrice mascarada de conhecimento. Depois de eliminada toda imbecilidade confortável à qual está todo mundo apegado como um ursinho de pelúcia desde a infância, então a única coisa que sobra é a honestidade, que nas condições onde nos encontramos, não há ninguém capaz de expressar ou relatar. Não existem palavras, não existem construções de palavras. Somente discursos cínicos, contraditórios, e presunçosos como é o caso deste. E quanto mais cedo todo mundo admitir que não há uma pessoa honesta sequer, mais cedo fica claro para todo mundo o que é honestidade e o que não é honestidade. Enquanto isto, ficamos com nossos conceitos, todos eles errados, sem exceção, fantasiosos sobre o que pode ser ou não pode ser honesto, e assim garantimos que ninguém irá saber o que é honesto e sincero.

Mas eu sei. E não conto. Porque me sentir diferente é a única coisa que tenho para manter meu ego vivo.

Edição antes de publicar:

Normalmente eu não faço isto. Simplesmente escrevo e publico, ou não publico e o texto se perde. Acontece que, minutos antes da hora em que estava programado para isto ser publicado, alguma coisa me fez parar a publicação e desistir.

Alguma outra coisa me fez mostrar o texto para algumas pessoas, em uma demonstração clara de que eu precisava de alguém para observar a partir de outro ponto de vista e determinar qual foi o motivo que me levou a desistir de publicar o texto.

A resposta veio instantaneamente. Vou usar duas frases que me foram proporcionadas e depois minha consideração sobre isto.

Frases para cada signo em 2013

Aries: “No fundo, o que a maioria das pessoas deseja é ser compreendida e tratada com carinho.” [Buda]

(...)

"Como é perversa a juventude do meu coração que só entende o que é cruel, o que é paixão" - A. C. Belchior

Eu estou tentando decidir o que é que eu tenho que escrever para mostrar que todo mundo tem exatamente o mesmo sentimento, que todo mundo também sente que a sua sinceridade e honestidade não são valorizadas, que é um caso onde não tem ninguém disposto a valorizar a sinceridade das pessoas porque nenhuma das pessoas teve a sua própria sinceridade valorizada em primeiro lugar. Como é que alguém vai dar algo que nunca recebeu?

Parafraseando São Francisco, que dizia que é dando que se recebe, que o ser humano só tem como amar ao invés de esperar ser amadx, de perdoar ao invés de esperar ser perdoadx, mas como é que alguém vai amar, vai perdoar, se não sabe o que são estas coisas? Como é que alguém vai poder amar se nunca foi amadx? Como é que alguém vai perdoar se nunca foi perdoadx? Há uma falha na oração de São Francisco que é a presunção de que alguém aí sabe o que é amar, o que é perdoar. Se há alguém com este conhecimento, deve estar sufocadx e escondidx porque não há uma pessoa sequer por aí com a capacidade para entender que está sendo amadx, perdoadx. Como é que uma pessoa vai poder decidir que está recebendo alguma coisa se elx não sabe o que é esta coisa em primeiro lugar? Como é que alguém vai ser capaz de decidir se está realmente recebendo a honestidade, a sinceridade, o amor, o perdão de verdade?

Provavelmente o que acontece é que todo mundo recebe coisas falsas rotuladas de honestidade, sinceridade, amor, perdão, olham para estas coisas falsas e realmente acreditam que receberam o "produto" prometido. Mas sempre é uma falsificação feia. E desta forma todxs ficam com as ideias mais erradas possíveis impregnadas na mente. Toda vez que alguém solicitar que alguém seja sincerx, honestx, o que x solicitadx vai produzir é um lixo presente na memória delx com o rótulo de "honestidade". Mas esta pessoa foi enganada e o que elx está dando não é honestidade e sim alguma espécie de lixo que alguém vendeu para elx como se fosse honestidade. Como é que alguém vai poder filtrar por si mesmx o que é verdadeiro e o que é falso quando a mente está cheia de estrume contraditório, complexo? Parece que a única forma é assumir que

todo mundo está errado sobre tudo, o tempo inteiro.

Mas quando eu digo isto não estou dizendo que eu estou certo. É um recurso do medo, qualquer umx que me veja falando isto vai dizer que isto é um paradoxo muito grande, ou que é necessário que eu saiba o que é certo para poder dizer que todo mundo está errado. Mas o que eu estou dizendo não é isto. Isto quem diz é o medo presente naquelx que lê, naquelx que ouve. E naquelx que escreve, naquelx que fala.

E isto deveria servir para destruir a ideia de que eu torno tudo complexo com estes textos enormes, contraditórios, absurdos. Eu poderia simplesmente concatenar em uma frase assim:

"Eu sou sincero. Não há ninguém que valorize a minha sinceridade. Não há alguém que tenha a sua própria sinceridade valorizada. Somos todos insensíveis desprezando a sinceridade uns dos outros."

Mas quem ia acreditar nisto? Eu já tentei fazer isto de todas as formas possíveis. Todxs aquelxs que recebem esta expressão descartam imediatamente como uma presunção arrogante minha. Eu vou mostrar a realidade agora: é EXATAMENTE isto. Quando eu digo estas coisas que estou dizendo aqui eu estou sendo extremamente presunçoso e arrogante. O meu ponto é que qualquer umx que pode identificar isto é também presunçosx e arrogante da mesma forma. E não estou dizendo que eu enxergo a minha arrogância e a minha presunção claramente e isto me torna superior de alguma forma. Muito pelo contrário. Se escrevo aqui é porque estou buscando VER a minha arrogância, meu ego, minha presunção claramente. E sou um felizardo porque tenho pessoas que me ajudam a ver isto com clareza.

Isto deveria servir para frustrar x leitorx atentx, porque isto significa que a única pessoa que está sendo servida com este texto sou eu. Este texto serve somente para mim. Qualquer leitorx, do meu ponto de vista, é meramente um personagem em uma ficção onde o objetivo é eu me livrar da ficção em primeiro lugar, e qualquer umx que se identifica com alguma coisa tomou a pílula azul e está cada vez com menos chances de olhar pra si mesmx e provavelmente vai achar que eu tenho alguma coisa para dizer para alguém. Mas eu não tenho nada pra dizer pra ninguém.

Se estivéssemos em um mundo onde a sinceridade e a honestidade são coisas simples de identificar e todos conhecessem, não viveríamos nessa ignorância forjada das academias, por exemplo, que obrigam os estudantes a ficarem cada vez mais burrxs lutando para convencer os outros de que suas observações são sinceras, e acabam por produzir um material completamente falso e moldado pela merda que é aquilo que os outros já disseram. Parece o contrário de usar o cérebro para mim. Parece uma presunção estúpida que determina que alguém tem algo para aprender com outras pessoas, que alguém tem algo para ensinar para outras pessoas. É um ciclo de ignorância que deveria ser descartado como primitivismo, mas parece que é exaltado como uma capacidade própria de pessoas altamente inteligentes. Parece um reflexo de uma sociedade mentalmente retardada para mim, e falo isto sem nenhum tipo de medo de represália, porque qualquer umx que contestar isto está fazendo um favor a si mesmx, corroborando minha teoria e demonstrando a si mesmx e a quem quiser ver sua natureza ridícula e ignorante. É o primeiro passo pra sacudir a cabeça e se livrar deste monte de fertilizante que engessa o cérebro.

As academias são somente um exemplo fácil de resumir em poucas palavras. Bares e igrejas servem para o mesmo propósito, mas temos tantos recursos para continuarmos imbecis que foge ao escopo deste assunto discorrer sobre estas coisas. Não estou dizendo que eu adquiri um conhecimento que me permite ver claramente estas coisas, estou dizendo que qualquer umx que seja honestx e sincerx pode ver sozinhx estas coisas porque isto é o óbvio e não algo que eu acredito que seja o certo. Na verdade, da forma como eu expresso é o errado. O que eu enxergo mesmo não tem como eu descrever em palavras, mas não é necessário, porque todo mundo enxerga, e este é o meu ponto. Porque é que todo mundo insiste em fazer de conta que o óbvio é a ilusão e as coisas que são ilusão é que são as verdadeiras?

Eu tenho a impressão de que o fator escravizante é esta insistência em achar que o cérebro minúsculo é capaz de ter a compreensão real e tomar decisões reais. Mas não há uma opinião, um pensamento sequer que seja válido. Todxs temos as condições necessárias para olhar para o mundo e ver o que é, e mais importante, não ver o que não é. (Não estou falando do sentido da visão ótica, que alguns não têm mesmo, estou falando de "ver" em um sentido que não existe uma palavra para descrever isto, porque quem "vê" não precisa de palavras para expressar isto em primeiro lugar.)

É evidente que não tem como passar pelo processo deste texto sem envolver meus sentimentos, sem ser arrogante, sem ser prepotente, sem exaltar meu ego, sem jogar na cara de quem lê a sua própria arrogância, prepotência. Eu me ridicularizo publicando este texto, e isto é o suficiente para demonstrar como quem lê também é ridículo da mesma forma. Quem escreve não é superior. Quem lê não se torna superior. E eu só estou falando em "superior" não porque eu presumo que eu sou superior ou que vão achar que eu sou superior ou coisa parecida. Eu digo isto porque é exatamente isto que todo mundo faz. Conseguimos nos colocar em um estado de ignorância plena onde somos incapazes de perceber que não há ninguém superior ou inferior, e quem diz que não julga, não condena, não tem preconceito, está dizendo que é tão imbecil que não consegue olhar para si mesmx e ver como é imbecil.

Sim, estou dizendo explicitamente que vivemos em uma sociedade mentalmente retardada, com um contingente de 100% de imbecis, com um contingente de 100% de incapazes. E qualquer umx que afirmar que isto é arrogância da minha parte e que eu sou incapaz de perceber que existe inteligência no mundo, está corroborando a minha teoria, se demonstrando imbecil, e dizendo que eu, assim como todo mundo, sou um incapaz. E este é o motivo que faz esta teoria fazer sentido. Só faz sentido porque é TODO MUNDO. Não há um parâmetro de comparação, e nem há de haver. Qualquer umx capaz de ver claramente isto não vai ter as palavras necessárias para mostrar para outra pessoa, porque não existem palavras. Só existem palavras para expressar o que é cruel, o que é paixão.

Mas eu olho para o coração das pessoas, vejo o amor e fico quieto.

Vejo também a nuvem de arrogância em volta das pessoas e tenho consciência plena de que vou ser magoado, desvalorizado, minhas energias sugadas, e vou sofrer maus tratos. Eu sei que todo mundo vai se esforçar pra ser "sincerx" e dizer que me valoriza, que está do meu lado, que é amigx, que gosta de mim. Mas simplesmente não tem espaço para sinceridade neste mundo. Não tem demonstração de sinceridade. Qualquer umx que tiver que escolher entre seu ego, seu medo e demonstrar que tem um sentimento sincero por outra pessoa, vai escolher o medo e o ego porque é só isto que temos o direito de entender como realidade. Não tem como culpar alguém por isto. Estamos em um ambiente que nos limita a viver no medo e presxs na bolha do ego. Pode chorar, espernear, gritar. Ninguém pode se desfazer do medo e do ego e se tornar sincerx de verdade. O que é possível, talvez, é entender o medo, o ego, a sinceridade.

E como eu disse antes, este texto serve unica e simplesmente para satisfazer o meu desejo egoísta de entender a sinceridade. Não estou nem um pouco preocupado se alguém vai entender isto, porque estou certo de que este texto não vai ajudar ninguém a entender a sinceridade, porque o texto não é sincero em primeiro lugar. As circunstâncias em que me encontro determinam que eu tenha que entender o que é sincero e o que não é, porque cheguei a um ponto que minha própria sinceridade foi tão mistificada que eu mesmo não sei mais diferenciar nada. E eu luto por ela porque a minha sinceridade é a única coisa que tem valor neste mundo para mim. Então é um desejo completamente egoísta. Eu tinha um tesouro, que é a minha sinceridade, e não consigo mais encontrá-lo. Não estou disposto a ser sincero com ninguém, estou disposto a encontrar a sinceridade e aproveitá-la, porque EU valorizo.

A partir do momento em que eu for novamente capaz de olhar para as pessoas e separar a honestidade do coração da ignorância da mente então não precisarei mais ficar jogando minhas palavras nem aqui nem em outro lugar onde alguém vai poder ficar fazendo de conta que tem alguma coisa pra concordar ou discordar em vez de constatar o óbvio. E quando chegar este momento em que retomarei meu direito de ficar quieto então estarei em paz novamente. Porque falar besteira cansa. Eu, pelo menos, canso dessa merda de ficar escrevendo e obrigando outras pessoas a ler estultícias.

E isto conclui a contradição do título. Porque se eu mostro que todos são iguais então eu não sou diferente. Paradoxo completo.

Minhas sinceras desculpas pela eficiência em fazer as pessoas perderem tempo lendo inutilidades. Não se iluda, isto aqui não te ajudou em nada. E não se iluda, tu não sabe que isto aqui não te ajudou em nada. Tu não sabe nada. :D

Ou: todos sabem nada. Mentira.

Edição depois de publicar:

Aconteceu o óbvio. Vieram me dizer que "quem tem o desejo sincero de ficar quietx não diz isto, simplesmente fica quietx".

Eu gostaria de poder bater na cabeça de quem diz isto só pra ver se a burrice sai pelos ouvidos, mas tenho a impressão de que o efeito não é próximo do desejado.

Não faz sentido isto. Que valor tem alguma coisa que não pode ser compartilhada com as outras pessoas?

Quando eu digo que tenho o desejo sincero de ficar quieto e não ter que me expressar, me contradizer, me ridicularizar, o que eu estou dizendo é EXATAMENTE isto. Mas preservar minha "imagem" não é uma prioridade. Para mim, honestidade vale mais que vaidade. Não tenho nenhum tipo de interesse no que qualquer outrx valoriza.

Só faz sentido ter alguma coisa boa se der pra compartilhar com outras pessoas, sem precisar de anos de confiança para "compartilhar segredos sinceros". Lugarzinho de merda esse mundo de equinos que só sabem julgar. Mas sobre burrice eu entendo e vou continuar julgando quem julga e relinchando. No Inferno, abrace o Diabo.

Agora qualquer umx é livre para olhar nos meus olhos e permitir que eu olhe em seus olhos. O resto (que inclui xs personagens dxs livres também, infelizmente) só vai ter de mim tanta burrice quanto me for fornecida.

Pastar, cagar, dar patada e relinchar. Essa é a vida e ninguém vai mudar.

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