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seg, 30/05/2011 - 18:44

Modelos de negócios baseados em conhecimento livre

Massimo Menichinelli, do openp2pdesign, desenvolveu nos últimos meses um estudo sobre modelos de negócios para hardware aberto, artesanato faça-você-mesmo e fablabs para o projeto Goteo, sob encomenda do Platoniq. O resultado foi uma série de artigos que ele publicou em inglês no openp2pdesign e deve aparecer em castelhano no site youcoop. Uma leitura excelente, sugerindo diversas de maneiras de organizar e bancar a produção colaborativa.

O primeiro artigo versa sobre hardware aberto, tratando de suas características específicas, contando o case do Arduino, falando sobre os Hackerspaces como espaços para inovação e troca de conhecimento, e falando sobre modelos de microcrédito e crowdsourcing para financiar a inovação.

O segundo artigo retoma um pouco da história e das implicações do desenvolvimento dos fablabs ("laboratórios de fabricação digital", sobre os quais eu também comentei ontem no blog redelabs), e como eles podem apontar para novas maneiras de gerar inovação, fabricar coisas e comercializá-las. Esses dois primeiros textos têm como maior mérito a organização de informações que de certa forma já estão latentes nas redes ligadas ao conhecimento livre.

Já o terceiro artigo, focado no artesanato faça-você-mesmo (DIY), explora caminhos de inovação livre em áreas que geralmente não fazem parte do nosso repertório. São áreas em que existe pouca preocupação com propriedade intelectual. O exemplo óbvio é o artesanato tradicional, que tem muito a ganhar com a circulação livre de ideias. Mas para mim o exemplo mais surpreendente (também presente no estudo do FCForum sobre o qual comentei aqui) é a indústria da moda. De fato, é um mercado em que o remix é amplamente aceito. Menichinelli aponta um vídeo de Johanna Blakley no TED sobre isso. Depois fala sobre plataformas focadas na cauda longa da produção artesanal, como o Etsy. Também fala de outras iniciativas que propõem novas leituras do mercado da moda: microcrédito, laboratórios ("sewing cafes") e compartilhamento de moldes.

O mais interessante dos artigos de Menichinelli é que eles não tentam sugerir uma solução definitiva: trazem dezenas de casos que funcionaram sob recortes específicos e em contextos específicos. Uma excelente inspiração para quem está pesquisando caminhos colaborativos de viabilização de projetos (como é o caso aqui no grupo Metarecursos).

 

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